quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Germanos e sua Mitologia - Crenças e Panteon - Parte II

Castelo Neuschwanstein - Alemanha
Construído por Luíz II da Baviera - Século XIX

Continuando, um pouco mais de informações sobre as primeiras tribos e suas crenças, das quais originaram nossos antepassados – As tribos dos germanos.
Observamos que, durante o renascimento, as cidades alemãs resistiram em adotar a nova tendência internacional que teve, como berço, a Itália - retorno ao clássico greco romano. Ao contrário, na região, houve a  valorização dos  elementos de sua cultura primitiva, através do retorno ao período gótico -conhecido como neogótico. Este retorno ao gótico, estilo desenvolvido e praticado na idade média, resgatou muitos atores e personagens da mitologia da região, mesmo que, com influencia do cristianismo, dentro do novo contexto social da era moderna.
Nas cidades alemãs, as pessoas, desde a elite intelectual, mecenas de arte, banqueiros, industriais, camponeses, etc., valorizavam os elementos e lendas da cultura popular primitiva, fortalecendo o nacionalismo e os laços culturais milenares daquela região.
Relembrando, os irmãos Grimm viveram no final do século XVIII e início do século XIX. Período, durante o qual escreveram seus contos recheados de fadas, duendes, anões, florestas mágicas, princesas, príncipes, encantos, gigantes, enfim.



Panteon dos povos germânicos - Sequência.

Frigga: Em alemão era chamada Frija, em nórdico Frigga e anglo-saxão Frig, às vezes se a conhecia também como IORD o HERTE - Uma das esposas de Odin. Equivalente à Demeter grega e a Vênus, e em sua honra a sexta-feira se chamava Freitag. Era um dia que se considerava benéfico até que a tradição cristã modificou o significado desse dia porque nele Jesus Cristo morreu.
Deusa protetora dos matrimônios e outorgadora da fecundidade, protegia os barcos e reunia os amantes depois da morte. Deusa coquete, não era fiel a Odin o (que tampouco era a ela.)


Frigga

Gefjón: Chamada a doadora, era a deusa da fecundidade, que era honrada, especialmente, na ilha de Seeland. Para explicar esta predileção se contava a seguinte lenda: Reinou, havia muito tempo, no que hoje é a Suécia, um rei chamado Gylfi. À sua presença, chegou, um dia, uma mulher, que graças a suas artes mágicas, lhe proporcionou tanto prazer, que o rei lhe concedeu, em propriedade, toda a terra capaz de rodear, durante um dia e uma noite com um arado puxado por quatro bois. Esta mulher, que era a deusa Gefjón e que havia aprendido a magia com os Vanes, prendeu ao arado, quatro bois, filhos seus, que havia tido com um gigante. Tirado por estes bois, o arado afundou tão profundamente na terra que a levantou em toda sua profundidade, e a terra assim arrastada foi deixada, em um estreito próximo, onde foi virada, formando assim, a ilha de Seeland. O local onde foi arrancada a terra é o que hoje se conhece como lago Maelar.


Os Gigantes: Na mitologia germânica, estavam distribuídos por todo o mundo, como os anões. Podiam viver na terra, junto ao mar e havia, também gigantes do fogo, que não eram populares mas aos que se lhes atribuíam os fenômenos vulcânicos. Podiam metamorfosear e não hesitavam em enfrentar até mesmo os deuses, enquantos outros eram seus amigos o colaboradores, como Mimir. A crença, entre os germânicos, em anões, gigantes, trolls e demônios, subsistiu, e se mesclou com símbolos cristãos. Há lendas nas quais alguns destes gigantes inclusive se converteram ao catolicismo.





Gunnur: Era uma deusa escandinava que presidia os combates e dava de beber aos heróis no Valhalla.

As FadasOs germânicos - Idéia do destino, em geral, como algo que manejavam as Nornas e eram tiradas da idéia do destino individual. Este destino individual seria dirigido pelas fadas. Ao nascer, as fadas vinham à cabeceira de cada criança para cobri-la de venturas ou de desgraças, e para dar-lhe um porvir de acordo com sua própria sina já traçada. Esta idéia seguiu vigente e se instalou nos contos populares.


Fada

Heimdall: Era filho de Odin. Era um deus da luz e seu nome significava "o que lança claros raios". Acreditavam que ele era guardião permanente junto ao arco-íris, de onde advertia os Ases sobre a chegada de seus inimigos. Só ficou na memória, entre os escandinavos, que o descreviam como grande, formoso, com dentes de ouro, armado de uma espada refulgente chamada cabeça de homem, e cavalgando em um cavalo de crinas reluzentes. Quase não dormia e via tanto de dia como na escuridão. Como via tudo e o ouvia tudo, fizeram dele, o guardião do Valhala germânico. Inimigo de Loki, já que este deus enganava-o nas suas funções de guardião, será quem, na luta final, dará o golpe mortal em Loki, mas ele também morrerá neste combate.


Hel ou Hela: Era filha de Loki e da giganta Angurboda. Criou-se no país dos gigantes junto com o lobo Fenrir e a serpente Midgard. Sabendo, quão funesta que iria ser, os deuses a precipitaram ao inferno -Hifflheim. Era a personificação do inferno e a deusa do mesmo. Este inferno era, para os germânicos, o mundo abaixo da terra para onde iam os homens após a sua morte, mas não era um lugar de castigo. A metade de seu rosto era humano, a outra metade era do tom preto, sem forma, estava vazia, sua cabeça caía para frente. Seus poderes, que havia recebido de Odin, se estendiam a vários mundos. Tinha, sob seu domínio, principalmente as almas dos mortais que morriam de velhice ou de enfermidade, as das crianças e das mulheres.
Em seu mundo subterrâneo, às vezes, era permitido monstros, entre outros, o dragão Nidhogg, que roía dia e noite as raízes do fresno Iggdrasil - em cujos ramos, acreditava-se, era sustentado o mundo. Também, acolhia em seu palácio subterrâneo, os heróis humanos e os deuses quando morriam. Ali, eram servidos, nos banquetes, pelas servas de Hel.


Hod ou Hoder (Höðr): Era um deus cego. Seu nome inspirava terror aos antigos escandinavos. Era conhecido por sua força. Matou, involuntariamente, o deus Balder e morreu nas mãos de Valen, filho de Odin. Após o Crepúsculo dos deuses, ressuscitou e sobreviveu a todos os demais deuses como deus do novo mundo regenerado, que surgiu.




Hoenir: Era um deus menor, dos Ases, pois pertencia à raça dos Vanes. Companheiro de Odin e de Loki em suas correrias pelo mundo. Foi ele quem concedeu uma alma, ao primeiro casal de mortais. Passava por ser belo, robusto, mas limitado de entendimento. Por isso quando os Vanes lhe entregaram a os Ases como reféns - após perder os Vanes sua luta contra os Ases, foi acompanhado de Mimir, que era muito sábio. Desde então viveu com os Ases.




Os homens: A mitologia germana explicava a aparição dos homens no mundo como uma criação dos deuses Odin, Hoenir e Lodur.  Um dia em que os três recorriam a terra, viram dois troncos de árvores, e decidiram fabricar com eles os homens. Odin lhes deu a vida. Hoenir, a alma e o raciocínio e Lodur, o calor e as cores. Fizeram um casal e puseram no homem, o nome de  Ask e na mulher, Embla. Tácito, em seu livro: Germania, atribui outra origem aos germânicos do oeste - os que povoavam a atual Alemanha. Seu primeiro antecessor se chamava Mannus, filho de Tuisto - que não se sabe se era um deus ou um gigante. Mannus teve três filhos, que deram origem a cada uma das três tribos alemãs: os ingevones, os hermiones e os istevones.

Hugin: Era um corvo, servidor de Odin. Seu nome significava: o pensamento. No Valhalla, Odin presidia, tendo sobre seus ombros, dois corvos: Hugin e Munin, que lhe contavam tudo o que passava no mundo.

Idun: Deusa que possuía, maçãs maravilhosas que tinham o poder de devolver a juventude. Era graças a estas maçãs que os deuses não envelheciam.




É um resumo, do resumo, que vale muito, estudar com maior profundidade. De uma lenda, pode-se escrever um livro ao interpretá-la.






Postado por Angelina Wittmann








Nenhum comentário: