terça-feira, 2 de novembro de 2010

Germanos e sua Mitologia - Crenças e Panteon - Parte I

Hoje é dia de finados, dia que lembramos e dedicamos, com saudades, aos nossos entes queridos que partiram, nossos melhores pensamentos.
Resolvemos postar um pouco, sobre os hábitos religiosos das tribos germânicas, antes de seu contato com o império romano.

A pesquisa, será postada em duas partes - Parte I e Parte II.

É importante conhecer um pouco da Mitologia e História de um povo, compreendemos um pouco de suas origens, idéias, folclore, religião – Hábitos e costumes, no renascer de sua civilização.
respingos destes fatos, em seus descendentes, no momento presente, em seus hábitos e costumes.

Germanos



Achamos que seria interessante postar um pouco de pesquisa sobre as divindades germânicas – dentro do recorte de tempo - antes do contato destes povos com o império romano. Quando escrevíamos este post, lembramos das estórias dos irmãos Grimm, que apresentaram, de maneira muito simples e inteligente, a mitologia dos germanos através de seus contos. Com isto, evitaram atritos com as crenças vigentes, dos tempos posteriores, a este tempo antigo (em torno de 200 AC). Contribuiram muito, através destes contos, para que, parte desta mitologia não fosse totalmente esquecida. História de nossos antepassados remotos.
Ao lermos este resumo, também compreendemos a semelhança existente entre o idioma inglês e alemão.

Irmãos Grimm

A Tribos Germânicas
Período - Antes de Cristo AC - Antes do contato com o Império Romano



 As tribos germânicas, de acordo com os romanos, eram os povos que habitavam a região da Europa Central. Região limitada, ao norte, pelo Mar do Norte e o Báltico; ao leste pelo Vístula; ao sul pelos Cárpatos e o Danúbio e ao oeste pelo Reno. Estas tribos falavam um dos ramos da língua indo-européia com estruturas sociais comuns. Adoravam os mesmos deuses e eram uma raça guerreira. Tinham preferências a obter novas terras através de embates, para não macular seus bosques sagrados.

Quando os romanos tiveram o primeiro contato com os germânicos ficaram muito impressionados com seus espaços físicos - território. Este primeiro contato ocorreu em torno de  113 AC. Os romanos observaram que as terras que habitavam eram um continuo bosque. Não existiam caminhos, estradas e nem paradas, como eram encontradas em suas cidades. O clima era rude e a fauna, sob sua ótica, exótica.

Os germânicos viviam em tribos e subsistiam da agricultura, caça, pesca e dos animais domésticos. São divididos em três principais grandes grupos. Existiam grupos menores. Os 3 mais conhecidos são:

Do Leste - chamados Godos: Viviam entre o rio Oder e o Vístula, região que abandonaram, no final do século I AC. Estabeleceram-se na região, dos atuais países, Itália e Espanha.

Do Norte: Emigraram para os países escandinavos, e ficaram conhecidos como vikings.

Do Oeste- Antepassados de anglo-saxões e alemães e emigraram, alguns, para o Vale do Reno e para o Vale do Danúbio onde começaram a lutar contra os romanos, e os outros, atravessaram o mar e ocuparam a Grã-Bretanha.

Religião

A Alma

Os germânicos acreditavam que a alma era algo material que podia falar, mover-se e agir, independentemente do corpo físico. Acreditavam que a alma podia assumir diferentes formas, a qual denominavam de FYLGJA. O Fylgja, embora tivesse íntima relação com o corpo físico, tinha certa independência e podia adotar outra forma como, por exemplo, a forma de um animal. Acreditavam que se este animal fosse ferido ou morto, também a pessoa (o corpo físico), onde estivesse, seria ferida ou morta. Esta propriedade, da alma sair momentaneamente o corpo, era um crença que foi seguida por séculos entre as tribos germânicas, até o contato com a cultura do Império Romano.



Os germanos seguiam e acreditavam nas forças da natureza e seus elementos como: trovão, sol, raio, lua...

Alguns deuses de seu panteon:

Odin (Wothan) : deus dos mortos, do comércio, da guerra e das tempestades.

Odin

Donnar (Thor): protetor dos camponeses. Seus braços lançavam raios.

Tyr (Tiwaz): deus que comandava o céu e dirigia as assembléias.

Ai : deus escandinavo, esposo de Edda que era a primeira encarnação de Heimdall.

Akka: mitologia escandinava - deusa dos antigos filandeses que era muito hábil em fiar a lã.

Alfader: mitologia nórdica - era o pai de todos os deuses, e governava o destino dos homens.

Angurboda: mitologia nórdica – era a mulher de Loki, com quem teve Fernis, Hela e Iormungandur. Era uma giganta que tinha a astúcia de uma serpente e a ferocidade de um lobo.

Os ases: mitologia nórdica havia dois grupos de deuses os Ases e os Vanes. Os Ases eram formados por 32 divindades sob a liderança do deus Odin. Outros deuses que se destacavam: Thor, Frei, Tyr, Njörd, Hemdal, Bidar e Hod.

Balder: deus da luz, filho de Odin e de sua esposa, Frigga. Era muito bonito e considerado o mais sábio dos Ases. Sua presença trazia alegria e era querido por todos. Diz a lenda, que um dia começou a ter pressentimentos estranhos. Sua mãe, para acalmá-lo, fez com que todos os seres da terra jurassem que nenhum faria nada contra o filho, o que o tornou intocável. Para demonstrar isso, os deuses, em festas,  lançavam objetos que lhes estavam ao alcance, inclusive suas próprias armas, sem que nada lhe  machucasse. Um dia Balder perguntou a sua mãe, Frigga, se era verdade que havia convencido todos os seres da terra que não lhe atingisse. Frigga, lhe disse que todos, menos uma pequena planta, que lhe pareceu tão débil que não acreditava ser necessário submetê-la ao juramento. O filho de Frigga foi até onde estava a pequena planta, a arrancou e com o talo e a raiz construiu uma varinha. Voltou a reunir-se com os deuses e aproximando-se de Hod, único dos deuses que, por ser cego, ainda não havia tirado nada nele, o animou a que lançasse a varinha. Hod o fez, e a débil flecha atingiu Balder no peito atravessando-o e deixando-o morto ali mesmo. Todos os deuses ficaram tristes e não mataram Loki por estarem em um lugar consagrado à paz. Louca de dor, a deusa Frigga perguntou aos deuses se algum deles queria descer ao mundo dos mortos para tratar de convencer Hel de que lhe devolvesse o seu filho. Hermod, filho também de Odin, desceu e Hel lhe disse que se todos os seres do mundo estavam de acordo que Balder voltasse, o deixaria voltar. Se houvesse, um ser somente que se negasse ao seu retorno, não poderia o devolveria. Os deuses começaram a perguntar por todo o mundo, e todos os seres choravam por Balder.
Todos, exceto uma giganta conhecida por Thonkk que vivia em uma cova. Os deuses lhe rogaram que concordasse, mas ela disse que nem em sua vida nem depois de sua morte havia recebido favor algum de Balder, e que Hel conservasse o que tinha. Balder não pôde voltar. A giganta era Loki disfarçado. Este assassinato originou a luta entre os deuses de um lado, e Loki, demônios e os gigantes, do outro e ficou conhecido como: o Crepúsculo dos deuses – Quando houve a destruição dos deuses, os homens e a terra.
 

Balder

Bergelmir: Um gigante - da mitologia germânica. Salvou-se do dilúvio causado pelo sangue de seu pai Ymir, que havia sido assassinado por Odin, Vili e Ve. Segundo a lenda: o sangue foi tanto que inundou o Universo - o Caos. Não existia a terra, que se formou com o corpo de Ymir. Bergelmir se salvou deste dilúvio subindo em uma barrica de farinha que usou como barca, juntamente com sua esposa. A partir dos dois, nasceu a nova raça de gigantes que enfrentou os Ases e ocasionou o "o caso dos deuses".

Bor: divindade escandinava - Filho do gigante Ymir, esposo de Belsta e pai dos três deuses mais antigos: Odin, Vile e Ve.

Bragi: deus da poesia. Oferecia aos que chegavam a taça de bem-vindos e os entretinha com canções e versos durante o banquete. Foi uma invenção posterior, pois até o século IX, Odin ainda era o deus conhecido por ser o deus que havia ensinado a poesia aos homens.

Brok: formavava uma dupla de anões ferreiros, juntamente com seu irmão Sindri. O deus Loki os desfaiou, apostando sua própria cabeça, que não seriam capazes de fabricar objetos tão maravilhosos como fabricavam a família de Ivaldir - outra família de anões ferreiros. Brok e seu irmão fabricaram o anel Daupnir, que tinha a capacidade de aumentar constantemente a riqueza daquele que o levava. Fabricaram, também, um javali de ouro, que presentearam deus Freir e o martelo de Thor. Os Ases, no papel de juízes, afirmaram que esta arma era a melhor que havia sido fabricado, e que portanto, a cabeça de Loki lhes pertencia. Loki, que como sempre,foi ardiloso, afirmou que havia apostado sua cabeça mas que deviam ter cuidado para não cortar ou danificar seu pescoço, o qual não estava na aposta. Confusos, os anões não tiveram coragem em cortar-lhe a cabeça e se conformaram em costurar os lábios para evitar que pudesse dizer novas maldades. Em seguida Loki descosturou os lábios, curou as feridas que haviam causado com as agulhas e conseguiu assim conservar a cabeça em seu lugar e seguir fazendo maldades.


Brunilda: Era uma valquiria e sua fama se deve à ópera de Wagner - "O Anel dos Nibelungos". Um dia, Brunilda se distanciou, voando, do Valhala com oito de suas irmãs. Pousaram para descansar e despiram sua plumagem de cisne. O rei Agnar colheu a plumagem que pertencia a Brunilda e a escondeu e Brunilda ficou à sua mercê. Agnar exigiu que ela lutasse a seu lado contra Hjalmgunnar e que o matasse e assim ela o fez. Hjalmgunnar era protegido de Odin. Odin a castigou, picando-a com uma agulha mágica que a fez dormir profundamente, colocando-a em uma mansão rodeada de fogo. Brunilda somente poderia acordar e levar novamente uma vida humana e se casar com o herói que conseguisse lhe tirar de sua prisão de chamas. E assim aconteceu. O herói que tirou do sono profundo foi Sigfrido.

Os Elfos: Eram espíritos menores que os homens, mas eram formosos e bem formados. Viviam em sociedade e tinham reis aos quais eram muito fiéis. Eram, geralmente, serviçais, mas, em alguns momentos, podiam ser malignos. Tinham medo da luz solar e fugiam dos homens. Dançavam sob o luar e se algum homem via esta dança ficava para sempre prisioneiro da beleza das elfas, incapaz de afastar a vista.

Os anões: Eram inteligentes e habilidosos, tendo a capacidade de fabricar objetos mágicos como o martelo de Thor. Não eram bonitos e, viviam próximo de lugares, onde havia metais preciosos, como minas. Diziam possuíam tesouros guardados . O tesouro mais famoso foi o do rei dos Nibelungos, que estava guardado pelo anão Olberich. Sigfrido, se apoderou dele após vencer ao anão que o guardava. Por causa desse tesouro, Sigfrido foi morto por Hagem para devolver o tesouro a seu rei.

Os espíritos dos bosques: Os bosques, para os germânicos, estavam povoados de numerosos espíritos. Os que viviam nas árvores eram imaginados como seres peludos, cobertos de musgo e com a cara enrugada como a casca de um tronco. Em geral eram pacíficos e serviçais, mas se tentava prejudicá-los, tomavam a forma de insetos e molestavam ou mandavam enfermidades entre os homens.

Os espíritos do campo: Os germânicos acreditavam que os campos, como os bosques, estavam povoados de espíritos com formas de animais. Quando acontecia a colheita, acreditavam que escapavam diante das ceifadeiras e se refugiavam na parte não tocada ainda. Em sinal de respeito a estes espíritos. Colocava-se sobre o último feixe, uma pequena oferenda.

Fenrir: mitologia escandinava. Nasceu junto à Hel - deusa do inferno e à serpente Jormoungandour. Os Ases sabendo da malvadeza destes 3 criaturas, colocaram Hel nos pais das trevas; a serpente, nos abismos do mar, e Fenrir encerraram no Valhalla.

Freja – Freia: irmã de Freir, e filha de Njord e da giganta Skadi, pertencia à raça dos Vanes. Casou com o deus Oder e teve, com ele, duas filhas: Nossa e Gerseme. Sua filhas eram tão lindas que seus nomes eram colocadas em todas as jóias e pedras preciosas. Freja era a primeira e capitã das Valquirias. Recebia as almas dos que haviam morrido nos sítios das cidades, levando-as a uma grande sala do palácio de Folkvang. Amava as jóias e era tão linda que muitos dos gigantes lutaram por ela.

Freir: Filho do deus Njord e da giganta Skadi e irmão de Freja, - pertencia à raça dos Vanes. Casou com Gerda, da raça de gigantes (filha de Gymir). Foi o único dos Vanes que em algumas regiões desfrutou de uma popularidade semelhante a de Odin. Um de seus cavalos corria com a velocidade do vento e possuía uma espada que se movia só. Possuía, também, um carro puxado por um javali de ouro, com poderosas presas - fabricado pelos anões Brok e Sindri. Este javali atravessava céu e terra mais rápido que um cavalo a galope. Quando saía de noite tudo se iluminava a sua volta. Brok e Sindri, também, haviam construído, para ele, um barco chamado Skidbladnir. Neste barco cabiam todos os Ases e se locomovia sozinho sob o comando, sem precisar dirigir. Freir podia diminuir o tamanho deste barco, até o tamanho de colocá-lo no bolso.










Nenhum comentário: